Lamento sem fim

Impiedoso reina, Rei majestoso,

Solo quente, queima. Terreno antes tão viçoso.

A mãe terra chora... Um clamor ávido,

Sedento pela chuva, que molhe seu chão árido.

E nessa hora há um só clamor em toda a terra,

que a chuva venha logo e molhe essa gente que espera.

Uma gota de suor escorre pela testa,

enquanto uma lágrima escorre pela face,

tudo o que nos resta,

é orar e cultivar a fonte de onde a água nasce.

Sofrimento sem fim, calor que corta a pele,

tal qual a alma sedenta e faminta,

que da bênção preciosa necessita.

Ressuscita, ressuscita! A terra sequiosa grita.

Ouve o clamor dessa gente,

que de tanta sede já pressente que não tarda em padecer...

Será este o fim da humanidade,

morrer de sede cedo ou tarde?

Já não há um pingo na torneira,

nem no chuveiro, ou mesmo na banheira...

Não chove e nem há quem diz quando irá chover,

sempre foi essa a rotina do sertanejo,

que do seu sertão saiu para não morrer,

mas eis que agora eu também vejo,

a gente da cidade grande do mesmo jeito desfalecer...

Onde é que vamos parar,

e, o que iremos fazer,

se a água também aqui faltar,

para onde toda essa gente haverá de correr?

E em toda a terra seca um só lamento,

um só pedido, uma só oração.

Que nos socorra, oh, Deus bendito,

e por misericórdia estenda Sua Mão,

faça chover nesse Rio bonito,

e, cubra de água também o sertão...

SimoneMoreira
Enviado por SimoneMoreira em 07/02/2014
Reeditado em 07/02/2014
Código do texto: T4682204
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