SOMOS UM

Alma minha
Sozinha
Nas entrelinhas
Da loucura
Alma alminha
Enviesada
Decepcionada
Com a ternura
Do amor
Alma atada
À incerteza
À estranheza
Da existência
Alma perdida
Na correnteza
Como um pescador
Sem cais
O esplendor
Que tinha
Não tem mais
Alma ignava
Escrava
Da amargura
Das rupturas
Que a vida
Lhe deu
Asas feridas
Voo que perdeu
Altura
E se perdeu
No infindo breu
Alma vizinha
Do porquê
Interligada
Às minhas limitações
Você se esvai
Eu me esvaio
Dor a dor
Vento a vento
Eu sou você
Você sou eu
Somos um dentro
Desse balaio
De desilusões.


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CRENÇA

 Desilusões
tantas, tantas
que até
me espanta
o amargor
e o dissabor
da existência
não tem senões
não tem perdões...
acusações.
Porém a fé
nos corações
é persistência,
porque domina
a mim me diz
que minha sina
é ser feliz.
Será verdade,
quem é que sabe?
Mas sê bendito
o que alimenta
e assim sustenta
a esperança
de uma criança.
Eu acredito!

(HLuna)