DESDOURO

uma lagrima rola na prova da vida
onde viver é morrer e morrer é covardia
eterna noite costumeira de luar
Eu sou um instante vago, sou calar
para os dias claros dou minhas poesias

quando não vejo luz no céu
Amargurado sei que não existe o nascer do dia
Um poeta sempre há de ser solidão
Essa é máxima lei do artista...

E solidão é sua busca, paz é sua conquista...
hei de sorver do cálice cálido das angustias
torpidade granjeada na pele seca do defunto...
ossatura da humanidade em amor precipitado
Em poço fundo!

E no cadafalso da emoção morrer sem poder morrer
amargar os derivados da paixão...
em meu pescoço uma corda de nó principiante...
e deixa a vida aos poucos o poeta errante...

E tortura é beijar uma boca que não tem gosto
é como servir água ao vampiro sedento...
Morte é um corpo macilento
Suando, e sobre o seu se movendo!

Uma lagrima rola em protesto
um desejo quase louco de correr
Esconder-se meio ao deserto...

Uma lagrima rola em desdouro
E do louco quero apenas o direito de ser só
Na corda de minha condenação
Eu mesma dar o nó...

 
Noah Aaron Thoreserc
Enviado por Noah Aaron Thoreserc em 06/02/2014
Reeditado em 01/03/2014
Código do texto: T4679937
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