NEM MESMO O SOL

Janela aberta para a manhã ensolarada,
Ao longe um pássaro ganha altura,
Momento perfeito para cair na estrada,
Dar um tempo para as cotidianas rupturas.


Mas, estranhamente, a alma não se anima,
Recolhe-se à desencantada vida,
Entristecida como um poeta sem musa, sem rima,


Apesar da janela aberta, o sol não revigora,
Não há cor para o estado da alma nessa hora.


Há sim, a sensação de uma nau envelhecida.


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SOLITUDE

 Avalio o tamanho da estrada,
me disponho a, então, traçar meu rumo,
tenho luz, ela está iluminada,
com certeza não hei de perder o prumo.


 Porém, bate, de repente, uma tristeza,
que me toma, esmorece, me definha,
o dia não tem mais qualquer beleza.


 Não sei o que aconteceu, eu não entendo,
parece que algum mal vai-me moendo.


 Sou apenas solitária andorinha.

(HLuna)