Copo Vazio
Queria poder mostrar o que sinto
Tudo assim
Breve, fugaz, sucinto
Mas já não dá
Inundei a cabeça de confusões
Contusões do coração que eu já não posso curar..
Tudo é catastrófico, hiperbólico um nó sem fim
Tempestade em copo d’água é só uma parte de mim
Eu queria ser um copo, não um corpo
Porque o vazio toma conta quando estou de vida cheia
Nem nada transborda, sou dotado de líquido em veia
Feia vida breve, triste vida amarga
Doce vem a praga. Sangue do veneno e sua faca
E derramo-me entre ilusões
De caminhos entre abertos em falsas sensações
E eu me abri, juro que fiz sim
Só dei mais trabalho pro meu fígado e rim
Vim me derramei
Juro que eu sei
Nada mais faz sentido nem pelo sangue que jorrei
Mas amei de forma bruta
Sincera, ininterrupta
Assusta-me dizer que vivo dentro de gruta
Minha caverna pessoal, insípida e sem fim
Transbordado. Mas só pelo vazio que há em mim.