ARRANHA-CÉUS

Ah, como me dói

não ser o herói de minha história

outrora eu era retidão

e agora, só aflição.

Tudo tornou-se prescindível

não nota?

não me convém persistir em pôr de pé

as amarguras desta vida inútil.

Não chores mais por mim

por que me fiz ruínas, estrombos

não vê?

sou fútil, imprestável, em vão.

Ergam as paredes de meu coração

porque me dói, ah como dói

esta desonra de ser um réu.

Desmorone as paredes de minha dor

e construa novos arranha-céus.

Lyta Santos
Enviado por Lyta Santos em 01/02/2014
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