Quando eu Era Vivo
sentado no tempo vazio vendo o nada beber agua benta
na boca da terra morta que bebeu o sangue de Abel
grito calado nos corredores
de um passado distante que bateu na minha cara
como um vento forte
vive metendo os olhos
no buraco negro
que bebeu a luz do sol
quando a roupa de madeira ficou pronta
agora as folhes podem beijar os sonhos de uma arvore morta
que bebeu da carne podre
os mesmos momentos de terror
de um condenado a morte eterna.