Alma Aflita
Há uma alma aflita entre as folhas
Eu ainda não estou cega
Posso ver a alma entregue as traças do inferno
Chorando de medo
Morrendo de dor
Sumindo entre as folhas e assustando o amor
Permanece então o ódio ao seu favor
Coração salta
Razão nega
E o desejo de vê lá aumenta ainda mais
Quero ver se ela realmente existe
E para me fazer padecer de tristeza
Entrega-me ao lago negro, eu digo.
Executa essa minha vontade que só vc pode fazer
Leva-me para bem longe da luz
Deixe-me só na escuridão mais profunda do teu eu
Tire-me da frente dos olhos das pessoas
Deixe-me apenas dentro dos teus
Arrasta-me desse poço de frieza e desespero
Coloca-me no lugar mais alto da morte
Onde ninguém
Nenhuma alma me tirará
Nem anjos poderão me salvar
Vou estar enterrada em um campo de cabeças
E eu vou ser uma delas gritando
Salve-me Salve-me
Mas ao contrário de todas, eu não vou estar gritando.
Vou estar muda
Afogando-me em minha própria solidão
Aquela que ninguém conhece
Ninguém sente, e nem deseja.