Alma Aflita

Há uma alma aflita entre as folhas

Eu ainda não estou cega

Posso ver a alma entregue as traças do inferno

Chorando de medo

Morrendo de dor

Sumindo entre as folhas e assustando o amor

Permanece então o ódio ao seu favor

Coração salta

Razão nega

E o desejo de vê lá aumenta ainda mais

Quero ver se ela realmente existe

E para me fazer padecer de tristeza

Entrega-me ao lago negro, eu digo.

Executa essa minha vontade que só vc pode fazer

Leva-me para bem longe da luz

Deixe-me só na escuridão mais profunda do teu eu

Tire-me da frente dos olhos das pessoas

Deixe-me apenas dentro dos teus

Arrasta-me desse poço de frieza e desespero

Coloca-me no lugar mais alto da morte

Onde ninguém

Nenhuma alma me tirará

Nem anjos poderão me salvar

Vou estar enterrada em um campo de cabeças

E eu vou ser uma delas gritando

Salve-me Salve-me

Mas ao contrário de todas, eu não vou estar gritando.

Vou estar muda

Afogando-me em minha própria solidão

Aquela que ninguém conhece

Ninguém sente, e nem deseja.

Tamara Schiavon
Enviado por Tamara Schiavon em 28/04/2007
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