NADA DIREMOS...

Então, pela vez primeira
cruzaremos nossa fronteira,
deixaremos para trás a primavera.
Depois dessa erma encruzilhada
veremos não uma, duas, estrada,
é o caminho que nos espera.

Em nosso olhar, muita coisa diremos
sem palavras, longamente olharemos,
creio que vamos conseguir, não chorar.
Para que serve palavras? Nada consola
nossa alma se aproxima da gaiola
terminará a poesia, e a noite de luar.

Se para um de nós não deu certo
enfrentaremos agora esse deserto,
morrerá o sonho, que tivemos um dia.
Cabeça baixa,em silêncio andaremos
através de nossos olhos, despediremos,
fim de nosso romance, fim da boemia.

Sairemos por desconhecido campo aberto
sem nenhum rumo, num caminho incerto,
quietos, sem olhar para lado algum.
Depois de termos um sonho destruido
temos o olhar, e o coração poluido
não vemos na frente, caminho nenhum.

Sobre o futuro, ainda não tenho pensado
sinto me preso, nesse meu triste passado,
que percorro, agora andando sozinho.
Separamos, embora mantemos a amizade,
voce se foi, deixando comigo a saudade,
e levou consigo, todo o nosso carinho...
GIL DE OLIVE
Enviado por GIL DE OLIVE em 21/01/2014
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