Bela Morte

Vida póstuma,

Pós vida breve...

O lábio encosta

E a morte é leve...

Restam as cinzas

Da bela chama...

Chama de palha,

Veloz como a lebre!

O beijo é doce

E esconde-se na esquina...

Beijou minha mulher!

E minha filha, menina!

Acaba-se o leite

Que sustenta a vida frágil.

Peixes nas entranhas

De quem sofreu o naufrágio.

Quem só bebe do néctar

Não preenche a dor.

Quem prova do amor

Torna vício o torpor.

Lá de onde te espera,

Sempre te fita...

Morte astuta,

Morte bonita!

Majella Fraga
Enviado por Majella Fraga em 19/01/2014
Código do texto: T4656202
Classificação de conteúdo: seguro