Bela Morte
Vida póstuma,
Pós vida breve...
O lábio encosta
E a morte é leve...
Restam as cinzas
Da bela chama...
Chama de palha,
Veloz como a lebre!
O beijo é doce
E esconde-se na esquina...
Beijou minha mulher!
E minha filha, menina!
Acaba-se o leite
Que sustenta a vida frágil.
Peixes nas entranhas
De quem sofreu o naufrágio.
Quem só bebe do néctar
Não preenche a dor.
Quem prova do amor
Torna vício o torpor.
Lá de onde te espera,
Sempre te fita...
Morte astuta,
Morte bonita!