Desfaço
Desfio com as mãos aquilo que nutria por ti
Astuto feito tigre, desfaço
No auge de angustia, reparto
E jogo os restos ao vento da janela semi-aberta do quarto.
Piso com amargura as flores ganhadas
Arremesso no esquecimento as tantas lembranças
Fotografias queimadas aos cantos
E a promessa de ternura agora desmoronada.
Quebro taças
Rasgo fotos
Atiro discos e pratos
Deixando em pedaços tudo que me lembre nosso passado.
Afogo na taça de wisky, seu rosto
Ao som denso dos cacos de vidro rasgando o silêncio
Silencia minha voz
E junto ao último arremesso
Quebra-se também
nós