Desperte!

Desperte!

Acordou da noite insone, e na garganta um gosto ocre

perambulou pelas ruas da sorte, e atreveu-se a mentir

aprendeu o fascínio dos ratos, e dos gatos, os saltos!

Acordou como deveras deveria...

arranhado pelos raios de sol do dia

gritando rouco!

e neste, tão pouco

não bocejou sequer uma vez!

Acordou como acordam as feras que hibernam

deglutiu o azedume do inverno

e por fim, após uma xícara de café amargo

aumentou o som que tocava guitarras alucinógenas

e partiu ao fim do mundo.

Acordou blasfêmia!

e buscou como um louco

o cheiro da fêmea

que alastrava-se misturado aos tantos feromônios

Beijou a boca de seus demônios

e dentre insanas línguas, saboreou a textura morna da verdade.

E entre lascívia e sanidade

compactuou pela ultima vez

um bom dia sorridente

donde faltou na boca do teu beijo

alguns pontiagudos dentes.

Márcia Poesia de Sá. 2014

Márcia Poesia de Sá
Enviado por Márcia Poesia de Sá em 03/01/2014
Código do texto: T4634585
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2014. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.