“MAR REVOLTO”
 
Respeitando as tabuas das marés...
Para não velejar em mar revolto...
Eu me quedo aos pés...
Daqueles que esperam que eu esteja morto!!!
 
Sopra o vento nas aguas...
Formando imensos vagalhões...
Eu navegante das magoas...
Singro o mar dos perdões!!!
 
Enquanto o mar me norteia...
Colocando justiça sobre minha sorte...
Meu coração longe vagueia...
Indicando o meu verdadeiro norte!!!
 
Olho nas aguas minha face espelhada...
E percebo uma interrogação...
Quando será que a maré ficará  calma...
Para que eu possa liberar minha total emoção!!!
 
Vento que se torne brisa...
Na madrugada fria do mar da minha vida...
Conforte esta maré  triste e vazia...
E tire esta danada melancolia!!!
 
No mar que ancoro...
A nave fragil da minha existência...
O vento manhoso e traiçoeiro...
Insiste que o naufrágio resolve todas as pendencias!!!
 
Mas a força deste velho marujo...
Que nunca se dá por vencido...
Escreve na areia da praia...
O destino a ser cumprido!!!
 
E nele o barco singra...
Um mar calmo de noites claras...
Sem usar toda malicia...
Que aprendeu nas frias madrugadas!!!
 
Que o mar da minha historia...
Seja testemunho das minhas intenções...
Eu finco amarras no porto das glorias...
Carregado de verdadeiras emoções!!!
 
Vento que nunca foi brisa...
Mas que eu o classifico como um leve sopro...
Desista de vez desta briga...
Pois o melhor de nós já padece no fundo do mar, morto!!!