O tempo é um novelo de lã
Um enorme novelo de lã…
O tempo.
Seguro a ponta do hoje
E subo a linha.
Busco o instante do tempo
Em que nós demos um nó - cego.
Cegamos os olhos do amor nosso.
Então tento soprar o nó.
E busco o vão do esquecimento - em vão.
Busco ainda a ajuda do sopro dos anjos,
Das duvidas dos meus tantos demônios
Que pegam-me pelas mãos!
Que levam-me mais para trás:
A um tempo em que fazia sol em todas as estações.
E não havia nenhum trem na estação para a despedida.
Um tempo em que nós demos um nó - cego.
Cegamos de amores nós.
Um grande novelo de lá fita-me.
Vivo o tempo é!
Eu? ... Inundo-me no olhar do tempo.
Karla Mello
12 de Dezembro de 2013
http://karlamelopoemas.blogspot.com