VALE DA MORTE
Numa noite de tormenta
Flagelo n’alma açoita
Penumbra tácita inquietante
Perambula só, tão só.
Cavalga ao recôndito maldito
Incitando um lamento
Desfalece a carcaça pelas vias
Não suportando o sofrimento.
Valha-me morte desejada
Por ti peregrina vivo a clamar
Na pele em rubro sangue
Vejo bruma se espalhar.
Cega-me os olhos
Escorre o pranto interno
Sinto o fogo, as brasas
Nos vales desse inferno.
Vale mais o abandono
Esperar a morte impetuosa
Fazer-me sobre ela vitoriosa
Do que dela ser apenas mais um epígono.