Espera
Espera cansada
pelo dia nascer
espreita pela janela
esperando ninguém a ver
Pensa que esconde
as olheiras marcadas
da noite mal dormida
ouvindo as badaladas
O sino da Igreja
toca as meias
e de seguida
as horas inteiras
Respira fundo
já magoada
a dor que incomoda
está enraizada
Lágrimas saltam
sem ela querer
limpa a cara
para ninguém perceber
Toma um banho
com muito sabão
querendo limpar
a dor no coração
Esta mulher
tão mal amada
enfrenta o dia
já desgastada...