Devaneio da Tristeza

É triste ver a tristeza

Se entristecer

Com qualquer entristecido.

Ela entristece os sensíveis

Assim como eu entristeço

Com os aflitos.

Dois seres tristes.

Tristes de se vê.

Assim, não dá.

Mas a raiz já esta funda

Não tem como tirar.

Já pertenci às cenas

De maus bocados.

Onde vi um inocente

Tentando provar

Que não era culpado.

Onde vi as mais cruéis desculpas

Para não fazer o certo

A preferir o errado.

Esquivei-me desses melindres

Mas sabia que não duraria tanto

Há certas pontes que dão acesso

Aos mais belos recantos

Mas não se pode sair correndo.

Pois tudo tem seu tempo certo.

Eu mesma me disse várias vezes

Que não vale a pena se apressar

Se as pessoas não entendem

Eu é que não vou insistir nesse pensar.

Para que seja naquele momento

O problema se findar.

Todavia, tais ideias,

Às vezes, consumidas pela tristeza.

Leva um pouco de mim

E deixa um pouco dessa pobreza

De tudo o que é bom

E desprezo pelo ruim.

Eu sabia que um dia

Meus olhos iam se abrir

Mas eu veria sozinha

A imagem da verdade

Que eu tanto pedi.

Entretanto, percebi

Que vê sozinha não tinha graça

Eu queria compartilhar essa benção

E que queria repartir

E não dividir, pois se o fizesse,

Ia perdendo aos poucos essa proeza

Que demorei tanto para conseguir.

O lado bom da tristeza

É que ela não demorar a partir.

Ora melancolia

Ora falta de alegria

Uma hora dessas

Um otimismo as absorve

E já é outro dia.

Belly Regina
Enviado por Belly Regina em 03/12/2013
Código do texto: T4597540
Classificação de conteúdo: seguro