TUDO TEM UM FIM

Meu barracão, sem proteção,

velho e sujo pelo tempo,

sem cerca, sem pintura,

sem biblioteca, sem cultura,

vive nesse momento,

a iminência de desmoronar-se!

Minha única cadeira, sem encosto,

toco de madeira, de mau gosto,

é onde descanso! Meu remanso!

Estou só, sem companheira,

estou velho, estou lento,

sou de um tempo,

que até o vento não me ajudou,

já derrubou meu barracão

e agora durmo na calçada!

Acordo e me vejo sem nada,

sem alegria e sem morada,

estou preso, sem alento,

sou de um tempo,

que até o intento não me ajudou,

dilacerou meu coração

e agora sumo na madrugada!

Me acabo no fumo e na marvada!

Estou no fim, tudo tem um fim!

Botucatu, 09/09/1985

Nelson M Teixeira ou Nelmite
Enviado por Nelson M Teixeira ou Nelmite em 30/11/2013
Código do texto: T4593568
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