" MEA CULPA "
Choro pela maldade;
pela ausência,
pela falta
de sentimentos;
pelas saudades,
que são tantas,
e serão eternas.
Choro pelo momento,
pelas amizades
lindas, leais
mas perdidas ...
Choro pelo brusco
e repentino
esquecimento.
Choro homem,
mas fico menino...
E me recolho
e m'encolho
triste e assustado,
sentindo o passado,
que machuca,
e é tão presente,
pois não passa,
é permanece
vívido, sofrido,
gritando e sofregando
em minha mente...
solfejando notas e tons
em meus ouvidos.
Cansado olho pro Céu
escuro, denso, nublado
escondendo estrelas...
Uma lágrima bandida
me escapa
-- “mea culpa”--
e eu me escorro
num pedido de socorro
por entre os próprios dedos.
Viro sombra,
viro pó...
Deserto e silêncio
sumo na penumbra
e fico só!
(Tadeu Paulo).