DESILUSÃO
Não falo mais.
Dos sonhos esquecidos,
mal vividos,
nem voz me restou.
Há muito tempo que não sei de nada.
Houve um tempo em que eu cantava,
e minha vida era cheia de planos.
Porém,
hoje não me resta nada,eu
não era assim.
Em meio a devaneios tolos há visões que não delimito,
há pensamentos que confundem as razões de ser e estar.
Não falo mais, apenas ouço.
Choro, isso consigo fazer,
ainda bem.
Sendo assim transformei minha lágrima em poesia.
Não vou parar,
mesmo sendo proibido ser autêntico.
Daria pra pintar todo o céu de azul,
mas toldaram-me o tempo.
Desconexo,
desconverso,
dispenso.
Recordo tempos em que um som me dava todo o sentido,
agora só sei chorar.
O mundo escolheu meu rumo,
e eu,
caçadora de mim,
só posso levar aos prantos o que restou de um ser
machucado pela vida...