Dois Passos
Tenho que manter os passos Manter as forças
Tenho que aprender a seguir o caminho em uma estrada que somente eu posso trilhar
Deveria saber
É um mesmo final para todos os livros
Não deveria mais haver surpresas, nem indagações
Meu caminho deve ser sempre solitário
Apenas ao som de dois passos
Somente a projeção de uma única sombra
Um destino que enevitavelmente não posso modificar
São as engrenagens
A grande Máquina que não pode ser parada ou alterada
É como o mundo
Um eterno girar que faz funcionar o correr do tempo e o seguimento das linhas que tecem a teia de cada um de nós
E tudo que um dia viveu ou existiu morrem
Folhas mortas
Levadas pelos ventos ao esquecimento
Restando somente as velhas marcas As profundas cicatrizes talhadas na alma como na superfície dos troncos de árvores