EM TRAPOS E FARRAPOS

Me perdi de mim
Quando dei adeus
A tudo que sonhava
Pouco a pouco e
Durante toda a vida.

Me perdi de mim
Quando desisti de correr
Atrás do que me era tão
Caro e raro de encontrar.

Me perdi de mim
Quando fui ao fundo
Do poço por inconsistentes
Emoções, quando fugiu do
Meu poder todas as
Intempestivas e evasivas
Ações que me dominavam.

Me perdi de mim
Entre agonias e nostalgias
Entre retas, vias, estradas
E encruzilhadas atadas
Enquanto pedia a morte
E mais nada.

Me perdi de mim
Por tão pouco e por tanto
De um jeito esdrúxulo
E assustadoramente estranho.

De mim me perdi
Pra mim perdi, foi o que fiz
De mim me desfiz...
E hoje entro em colapso
E sou relapso dia e noite
Sem a necessária força motriz
Para mudar tudo isso
E finalmente ser feliz.


Zarondy, Zaymond. Verbos, verbetes, verborragias. São Paulo: Grupo Editorial Beco dos Poetas & Escritores Ltda., 2017.
 
Zaymond Zarondy
Enviado por Zaymond Zarondy em 17/11/2013
Reeditado em 14/04/2017
Código do texto: T4574932
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