VISÃO DO PARAÍSO
Mais uma vez
De confiante a humilhada
Na longa estrada
Por você
Com brilho que fere
Como longa espada
Lavanda venenosa
Erva perigosa
Mariposa
Repousa
Em meu peito
Novamente a dor
Velha conhecida
Opressão
Que nunca some
De todo
E por mais forte que seja
Minha pouca fortaleza
Se derruba facilmente
Com apenas dezoito gramas
Me amas?
Ou amas
Mais seu ego
Mais o elo
Mais a ela
Uma cela
Sela
Meu destino
Infantil
Como sofro
Porque sofro
E ainda assim
Consigo amar
Por mais dolorido que seja
Amo acima de tudo
Tudo mesmo
Mais que eu
Mais que as mágoas
Mais que as águas
Mais que as máculas
As nódoas
E as feridas
Queridas
Querido
Retire isso do meu
Campo de visão
Tenha compaixão
Mesmo sem paixão
As algemas
Que você botou em mim
Permanecem
Invisíveis
Impassíveis
Imbatíveis
O coma induzido
Forçado
Pelo ser amado
É o mais dolorido
De dentro da cova
Minha voz ainda clama
Minha alma gêmea chama
O sangue reclama
Por você
Essas mãos destruidoras
Que têm o poder
De me enlouquecer
De me embevecer
De me embriagar
Quero destruí-las
Que fazer com que parem
De me perturbar
Vou arrancar seus olhos
Para que parem
De me abalar
Quero ser logo condenada
Ao inferno
Já estou lá
Há tanto tempo
Então que haja motivo
Contigo
Pereço
Pareço
Que tento
Esquecer
Mas quero mesmo
Planar
E parar
De delirar
E respirar...