Querendo de teus carinhos viver
Em meu último amanhecer
Quero ainda ver tua imagem sagrada e bela
Doçura virginal que tanto amo e que me faz sofrer
Por não sentir nada por meu coração, que por ti zela
Será o último e triste ressonar da lira
Da minha juventude em busca de seu amor
O amor mais forte que alguém já sentira
Em contraste com o descaso e desilusão de viver em dor
Daquele que sempre te amaste de joelhos
Desejando de teus carinho viver
Hoje vivendo cercado de espelhos
Que anunciam chegada a hora de morrer
Uma alma destinada ao exílio
Pelos sentimentos por ti negados
Alimentando-se dia a dia do martírio
De não sentir seus beijos enamorados
E na ilusão de suas carícias conquistar
Deparei-me com o árduo destino
Não sou digno do amor que quero desfrutar
Sou uma presença fosca em seu mundo cristalino
Uma folha solitária jogada ao vento
Sentindo o frio abrir-me a ferida
De ter que conviver com o lamento
Por não ter direito de desfrutar a vida
Um céu sem nuvens, sem estrelas, sem lua;
Uma paisagem sem pássaros, sem árvores, sem flores,
A solidão em meu coração se perpetua
Por não poder viver sem teus amores
Para chegar até teu oásis, enchi-me de coragem
Pensei que o paraíso estava perto
Mas teu sorriso não era para mim, foi tudo miragem
Armadilhas do coração, estou condenado a vagar no deserto
Quando chegar o anoitecer
Quero encontrar o sono eterno
Pois não posso mais viver
Sem sentir teu abraço terno
E quando acordares assustada de madrugada
Com um temporal, com o vento entrando pela janela aberta
Os uivos dos ventos, são minha alma gritando, despedaçada
E a chuva torrencial, são as lágrimas de teu poeta