Querendo de teus carinhos viver

Em meu último amanhecer

Quero ainda ver tua imagem sagrada e bela

Doçura virginal que tanto amo e que me faz sofrer

Por não sentir nada por meu coração, que por ti zela

Será o último e triste ressonar da lira

Da minha juventude em busca de seu amor

O amor mais forte que alguém já sentira

Em contraste com o descaso e desilusão de viver em dor

Daquele que sempre te amaste de joelhos

Desejando de teus carinho viver

Hoje vivendo cercado de espelhos

Que anunciam chegada a hora de morrer

Uma alma destinada ao exílio

Pelos sentimentos por ti negados

Alimentando-se dia a dia do martírio

De não sentir seus beijos enamorados

E na ilusão de suas carícias conquistar

Deparei-me com o árduo destino

Não sou digno do amor que quero desfrutar

Sou uma presença fosca em seu mundo cristalino

Uma folha solitária jogada ao vento

Sentindo o frio abrir-me a ferida

De ter que conviver com o lamento

Por não ter direito de desfrutar a vida

Um céu sem nuvens, sem estrelas, sem lua;

Uma paisagem sem pássaros, sem árvores, sem flores,

A solidão em meu coração se perpetua

Por não poder viver sem teus amores

Para chegar até teu oásis, enchi-me de coragem

Pensei que o paraíso estava perto

Mas teu sorriso não era para mim, foi tudo miragem

Armadilhas do coração, estou condenado a vagar no deserto

Quando chegar o anoitecer

Quero encontrar o sono eterno

Pois não posso mais viver

Sem sentir teu abraço terno

E quando acordares assustada de madrugada

Com um temporal, com o vento entrando pela janela aberta

Os uivos dos ventos, são minha alma gritando, despedaçada

E a chuva torrencial, são as lágrimas de teu poeta

Solfieri Jr
Enviado por Solfieri Jr em 27/08/2005
Código do texto: T45631