Perda

Sozinho de madrugada no meu quarto pequeno e abafado

Com minha cama ajudando a esquentar ainda mais

Meu rosto queima de fora pra dentro

E meu estomago borbulha, queimando de baixo pra cima

Meu coração, sinto bater pouco

Baixo e parado, torna-se imperceptível

Fraco

Mas sei que quando me levantar ele vai disparar de repente

Minha respiração parece ir apenas pela metade

Encher os pulmões tem sido difícil ultimamente

Carnes que bloqueiam o ar

Apenas ajudam a morte lenta ser mais adiada

Dores nas costas, olhos, cabeça e cotovelo

Mãos calejadas prestes a reiniciar seu trabalho enfadonho

Sustentada por um cérebro que esse ano não sei se vai funcionar

Já que foi embora, mas não sai daqui

O organismo custa a se reanimar

Apenas se traduz sem lógica revendo a letra fria

Numa tinta nova, preta e roubada na sala de aula

Afinal, aqui nos tornamos imortais

Meu medo é de encher os pulmões de água sem querer por mais 3 meses seguidos

E de continuar lembrando passados meus que somem e voltam imparciais

Impaciente, luto para continuar vivo

Mas a insônia só me traz a certeza do contrário

Um sentimento de perda e adeus

Que ondula ociosamente sem destino ou rumo certo

Na incerteza da hora e da data

Ou do momento

Luan Tófano
Enviado por Luan Tófano em 08/11/2013
Reeditado em 30/11/2013
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