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RELÂMPAGOS
Despertei com os relâmpagos;
O tremor do chão da casa
Por onde corriam as memórias.
E elas erguiam-se, esguias,
Iluminadas pelos raios,
Fantasmas criando vidas
Sombras dançantes nas paredes do quarto...
Caíam em gotas pesadas
Contra o vidro da janela, como a convidar:
"Lembre-se de nós!..."
De olhos entreabertos,
Eu as via passar, tal qual
Rodopiante melodia sem pauta
Nascida na cítara fria
Como canção sussurrada
Do que eu não posso esquecer.