ESTOU SÓ…
Todo o peso do mundo pareço ter às minhas costas mas que remédio eu tenho senão aguentar
Embora me sinta a todos os níveis a rebentar
Por dentro por fora
Onde não tenho alento, no exterior onde uma máscara sem sorrisos
Marca o tamanho da minha dor
Sinto que perdi algo em mim, uma espécie de cara-metade
Uma suave luz, lufada de ar fresco
Borboleta que já não vejo, mas ainda sinto
E eu não sei se tal pena de ignorância mereço
Na escrita
Que já não sai como saía, que já não brilha
Não consigo ver nem que seja uma coisa bonita
Nos meus mundos que se fecharam até a mim
Não me fornecem ideias onde me possa refugiar, porque quando estou nas trevas ajo assim
Num amor seco
Numa amizade moribunda
Em mil ternuras que abundam
Mas que já não proliferam, já não perduram…
Serão as últimas
Terá a minha fonte de facto secado?
Não sei…
Sei que me sinto só
E tremendamente abandonado
Indo a saúde de ferro de mal a pior
O ferro tornou-se papel, mas pelo menos não sinto dor…
E onde estão as minhas palavras
As minhas amadas
As minhas companheiras de tantas aventuras
Elas só me saem com tristeza onde só subliminarmente habita a ternura
De dizer
Que estou só
Que amo
Que sou Amigo
Mas no deserto que me rodeia
Ninguém parece querer estar comigo…
Estou só…