MEUS DOIS MUNDOS

Falam de minha casa, sempre fechada,
até parece que tem sua porta lacrada,
é que abro só as janelas dos fundos.
Casinha amarela,  e sem eletricidade
mas guarda aqui, o símbolo da saudade,
portas fechadas, dividem meus dois mundos.

Aqui em  casa, o que nunca usei foi isolante,
pois frequenta aqui, o meu vento uivante,
que com seu assobio, alegra meu recanto.
A parte que fica visivel  lá da estrada,
mantenho como se fosse casa abandonada,
que causa nos caminheiros até espanto.

Como um eremita, moro com meu fardo,
a presença de alguém jamais aguardo,
prefiro viver só, no meu santuário.
Com naturalidade, o modo de vida encaro,
buscando na natureza o meu amparo,
sou ermitão, de mim mesmo o missionário.

 
GIL DE OLIVE
Enviado por GIL DE OLIVE em 06/11/2013
Reeditado em 06/11/2013
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