Voe

Voe amigo, voe

Vá para onde todos querem que vá

Um lugar frio e isolado

Onde não incomode ninguém

Um lugar estranho, porém, familiar

Jogado à solidão numa vida de abandono

A perda indesejada desejada

Ainda havendo auxílio amigo externo

Venha amigo, venha

Escreva seu nome no caderno da morte

Sinta o calor da ausência das coisas

E sinta teu coração fraco acelerar

Meu livro de memórias e passagens

De vidas, mortes e mortes

Mensagens de quem escreve sobre coisas iguais

E morre pelos mesmos fatos

Então escreva amigo, escreva

Esteja pronto para seguir o caminho de fogo

Já que te jogaram aqui e não há como ir embora

Tentar voltar a história é inútil

Voe e sinta o fim

Sim, voe

Que sabe no final não há um novo começo

Se a morte for passageira...

Me canso em passar por aqui todos os dias

E receber as mesmas ordens

Basta deixar acontecer desanimado

Pois nada nesse mundo virará sol pra mim de novo

Mas ainda prevejo o pior

Os velhos pensamentos otimistas são difíceis

Pois não sei quando saberei de algo

Ainda vendo nada a minha frente

Espero que amanhã, pelo menos, não chova

Acho que só assim já está bom.

Quando a força, quem sabe ela volte...

Pois continuo sem conseguir andar...

Então, que o vento me leve.

Luan Tófano
Enviado por Luan Tófano em 02/11/2013
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