Para Sentir Cada Detalhe da Dor
Começou bem, calmo e surpreso
Isso até certo ponto
Pois a guerra da derrubada faz tudo se apagar, cair
Mas junto com a confusão...
O final de um mundo e o inicio de outro, simultaneamente
O sol veio nascendo e, com ele, meu amor, minha alegria
Aquele sentimento, luz, sensação tão bem me fazia
Tive questão de ir ver, conhecer, ficar, conversar e ter momentos
Na digressão de agora eu afirmo
Que ainda me dói o coração
Um nó na garganta e o aperto nas pálpebras
Relembrar e registrar os episódios deste antes dado momento
Mas outra guerra, agora interna, me apareceu
O trauma da outra fez-me hesitar um mundo novo
Evitei lamentando com a falta
E tudo começou a escurecer
Complexos, utopias, bipolaridades, dos dois lados
Mas vontades em apenas um
Pensamentos antes certos e, hoje, provavelmente certos
Nesse surto de agora, o que é que estou dizendo?
Depois da metade é que a treva veio
Pela qual amizade me negava a ajuda na verdade
Me aprofundando na dúvida e aproximando a perda
O tempo, episódios, foi passando mais devagar para que eu sentisse bem a dor
A luz se apagou, o sol de pôs
A harmonia não mais encontrei, até agora
Veio o primeiro show, mudo, depois o primeiro espetáculo, trágico
Que te levou ao fim
Mais tarde a depressão do aniversário
O seu melhor e o meu pior
Tudo era triste, arrependimento, fome
Parei tudo, me decepcionei com tudo, me atrasei e prejudiquei
Agora corro em vão, te deixando pra trás
Escrever os antigos otimismos agora é um fato impossível
O sono bate junto com a desistência de continuar lendo
Agora não querendo melhorar, apenas deixar vir
Esse ano demora a passar
Em sua boa fase fora rápido
Mas agora é mais lento para que nunca me esqueça das guerras
Que se afunde no fogo o que recebi bem, vamos ver o que vem adiante