SONATA

Foi no teu olhar que eu vi
O escorrer de uma lágrima, entre estrelas caídas
Na escuridão da noite fria, notas, sob notas
Uma sonata sem o luar


Nas mãos a solidão bailava, enquanto a surdez
Invadia-lhe os tímpanos, e um fremente frescor
Sentia  com o teu sorriso, como uma luz vibrante
Assim, eu me  vestia de luz  com o teu olhar.

Cenário de prata , bailado em amargura.
E surdo era o clamor, aquietado como
Um torpor, o qual adentrava-me na alma
Onde a surdez, um dia... ousou me alcançar.

Pautava cada nota, em acordes chorados
Embriagado pelo teu  olhar.E delirava entre
Versos, onde as estrelas eram um festim, saudando
Cada nota que  versava do teu olhar.

Deuses do silêncio...Imortais da solidão, que 
Brilhavam em agonias, assim vestiam suas togas
Como agruras no seu viver.No palco uma sinfonia,
No coração a explosão, e um lamento em grande dor.