Lembranças aterrorizantes
Lembranças aterrorizantes:
é como se arrancassem meus olhos,
e colocassem-os em alguma abominação;
é como se me tirassem, lentamente,
dente por dente, unha por unha,
com pedras cortantes.
É como o grito
de um animal torturado.
Elas não avisam,
sozinhas elas se achegam e,
como o pensamento repentino,
ganham sabores sombrios.
Elas são amedrontadoras;
fecho os olhos, balanço a cabeça,
aperto as mãos em agonia,
suo frio e temeroso,
puxo meus cabelos,
arrancando alguns, fio por fio;
pareço louco,
pois elas são aterrorizantes.
São lembranças involuntárias,
coisas que não quero lembrar.
Lembranças aterradoras,
memórias angustiantes:
é como se arrancassem
a carne dos meus ossos;
é como se tudo
desaguasse em terror
e imagens abomináveis.
É como tudo e
nada disso.
É pior.
Elas nascem
em idolatria;
é como altar idólatra,
em culto às malditas.
É como alicerce insatisfeito,
em sacrifício aos devaneios.
É como... terror desolador...
São terríveis de mais para mim.
Por favor, parem.
Eu não aguento mais.
Cesare Turazzi, em tudo capacitado pelo Altíssimo.
[28/10/13]