R.I.P
E hoje provavelmente só o teu quarto me faria bem
Deitar no teu tapete, contemplar as estrelas do seu telhado
Ouvir as musicas somente nossas
Acompanhar um drink com uns tragos.
Hoje a tristeza pegou meu coração
Não penso que seja a morte ou
Qualquer coisa com razão.
Penso na tristeza como algo que completa
A boa sensação de que se vai morrer.
Morrer aos poucos
A cada passo
A cada beijo
A cada dia desgovernado.
Nervos em frangalhos!
Sentimentos profundos demais
Para um coração tão mortal.
E hoje tudo me faz mal
A sua ausência e a sua alegria
A distancia tão grande entre nós!
Hoje só queria olhares diferentes
E vozes de índio
A leveza no meu corpo
Quando desisto de tudo e deixo
As mãos do tempo me levarem.
Para lugares distantes, intocáveis pelos pés
Sombrios no pensamento
Lugares de lamento
E canções para sempre lentas.
Flautas na noite.
Morrer é o grande alivio.
Hoje me deitaria...
Morreria no fundo dos teus olhos
Queimaria nos teus braços
E voltaria amanha!
Nua e fraca, na calçada.
Eu voltaria!
Hoje eu só morreria...
Mas não quero morrer para sempre.
A vida as vezes é boa.
E eu não quero morrer.
Quero?
Não.
Hoje eu so queria
O tapete no teu quarto
O cheiro do teu corpo
E olhares de índio.
R.I.P Lou Reed.