A ultima diversão
O último ato de um homem desesperado, a vertente mais obscura de uma dor que foi prolongada com os anos, adiada, porque é claro não é nada fácil tem que encarar uma dor de frente, e eu sinto muito, só não queria ter sentido tanto medo, mas tudo bem... Acabou.
Acabou porque a ultima gota do meu sangue jorrou, eu derramei ela sobre o buque de flores que eu nunca lhe mandei, certamente o coração de uns é o capitão do pavilhão da alma de outros, ao fim da estrada você deve olhar para trás e esperar para receber suas recompensas, sarar as feridas e ficar com as cicatrizes, esperar as punições, é claro você nunca saberá dizer a mim qual é exatamente o fim da estrada, só saberei quando o fim da minha chegar, na milha verde esperando um milagre.
Dizem que quando você está para morrer a vida passa nos seus olhos como um filme, e talvez seja verdade... Tenho assistido e relembrado certas escolhas o suficiente para olhar para trás e querer morrer, não tem sido nada fácil, mas piora. Meu futuro parece ser um emaranhado de solidão, quando eu olho para ele eu posso contar as teias de todas as aranhas, eu posso ver a escuridão, escutar o silêncio.
Não precisa sentir pena, quero apenas que se segure quando isso acontecer, você vai tem que me assistir partir, e nem sempre eu disse que seria fácil me ver, mas eu sei que você consegue, e eu quero que consiga, precisa olhar em frente, bem na frente, até onde sua visão puder chegar e lá no fundo, bem bem no fundo, onde as imagens parecem destorcidas para você, talvez você me veja, talvez eu surja e venha correndo te abraçar, eu sinto muito que seja assim, mas eu estava perdido, cansado e pessoas assim veem só o que querem ver.