NO MESMO BArCO
NO MESMO BARCO
Minha loucura é tão lúcida,
que me incomoda, as vezes,
não a loucura e sim a lucidez,
me trazendo pro sério.
Não creio em mistérios.
Não sou inocente.
Não sou paciente.
Não quero refrigérios.
Minha loucura é tão lúcida,
e sem compromisso,
me atiro de vez,
sem medo só altivez.
Sem poder, sem beber,
Sem riqueza, sem raiz,
Sem forma, sem limite,
Sem culpas, sem credo.
Muito me assusto, quando vejo,
presencio sem desejos,
o falso alvo em desleixo,
a zombar de seu desvio.
"Afasta de me este cálice",
estamos todos no mesmo barco,
furado está este papo,
azedo tal um genipapo...
Chega de tanta besteira,
a casa mãe é pura e sem asneira,
há tempo ainda de salvar,
todas as bananeiras....