TAÇA

Olho-te, alma encandecida
Que trago no meu ser, com
Essa nostalgia, que trava-me
A alma, com essa ânsia de você.


Desventuras que eu galguei, quando
Me aquietei, nas vitrines do teu olhar
Como, tardes que gritam, feito
Sangrias, vão vertendo os dissabores.


Triste intento, quando calo, e
Olho-te calidamente como
Essa dor, rastreada no meu leito
E tristemente, murmura no vazio.

Sonhos agonizados, a vagar
No meu íntimo, feito chagas
Uma taça, sem cor, de sabor
Amargo, onde reflete esse torpor.


Vago sem sintonia, abstraída
Quando permeia tua voz, numa
Lãnquida melancólia, pedindo
Ancorar, no meu porto solidão