O BANCO DA PRAÇA

O banco da praça

Neste banco que agora eu vejo

Vi um casal se beijando

Entre um suspiro e outro

Eles iam se declarando.

Neste banco velho e manchado

Vi uma criança comendo

Seus olhinhos brilhavam ansiosos

Quando via as outras crianças correndo.

Neste banco rústico de madeira

Vi um mendigo adormecer

Cansado de andar pedindo esmolas

Faminto, deixou-se pelo sono vencer.

Neste banco sujo e quebrado

Vi um velhinho sorridente

Lia um jornal com interesse

Olhando quem passava por cima das lentes.

Neste banco sem cor

Eu sentei e refleti

Quantas histórias passaram,

Quantos segredos ele ouviu aqui.

E este mesmo banco agora

Está sendo pelos homens arrancado

Serviu muito para tantos

Mas foi destruído e abandonado.

Milene Gomes
Enviado por Milene Gomes em 09/10/2013
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