NADA MAIS

Durante toda a infância,
Sonhamos amores, Constância,
Voamos alto demais.

Dissemos: - seremos sempre felizes,
Sem rumores, sem deslizes,
Sem crises sentimentais.

Errantes na oblíqua caminhada,
Numa realidade nua, solidificada,
Nossos sonhos ficaram pra trás.

Os intransponíveis muros,
Devoraram o nosso futuro,
Esconderam os encantos siderais.

Das promessas de outrora,
O que restou minha senhora...?
Duas almas desaladas, nada mais.

Ao longe ecoa um sino,
Lamenta o nosso destino,
Os rasgos que a vida nos faz.


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VIDA 

Vida triste, vida ingrata,
que fere, machuca, maltrata...
Ou nós que sonhamos demais? 

As ilusões, todas, mata,
açoita-nos com sua chibata,
não dá um momento de paz.

Porém sei, é mãe zelosa. 

Dos filhos quer ser orgulhosa.

(HLuna)