Depois da tormenta

Ando sem rumo pelas ruas,

buscando sinais de redenção,

cambaleando entre sentimentos confusos,

cansado de tanta dor me consumindo,

lutando contra meus fantasmas eternos,

era tão novo com tantas dúvidas,

agora me sinto tão velho cheio de incertezas,

girando sobre meu mundo à beira do abismo,

raios, chuva e um furacão de problemas,

tudo ao mesmo tempo nessa vertigem tortuosa,

tristeza, saudade, melancolia me tomam,

sinto os açoites de cada memória reinante,

enquanto observo meu reflexo distorcido,

minha imagem suplicando por um aceno,

e cada rosto me ignorando no correr do dia,

cada olhar se esquivando ao contato,

estou amargando essa solidão,

como um corvo sobre o galho seco de uma árvore,

as asas machucadas de tanto voar sob granizos,

chorando lágrimas de ontem,

angustia de um presente indefinido,

na agonia de um futuro ausente,

esperando um horizonte perdido,

sem a menor chance de um nascer do sol,

vivendo na escuridão de minhas tormentas...