A MORTA
A MORTA
Um fiapo
De luz
Riscou a palidez
Do seu rosto
O seu corpo
Gélido
Imóvel
Já não
Transpira
Nem mesmo
Respira
Só inspira
Sofrimento e dor
Uma mosca
Nojenta
Inquieta
Passeia
Sobre suas
Vestes tristes
Que a acompanhará
Resignada e fria
Até a urna sepulcral
O cheiro
De flor
De vela
Vela
No silêncio
Da sala
A solidão eterna
Da morta