Meus olhos

Meus olhos

_ apagados dizem alguns_

Não se cansam de fitar infinitos

Meus olhos

_perdidos dizem outros_

Vagueiam no horizonte,

repousam em lugar nenhum.

Meus olhos,

_melancólicos como já disseram _

Tingem de amargura a cara da vida.

Meus olhos,

_ vazios como todos pensam _

Espelham:

O beijo prometido na boca da esperança,

destino e desatino

do amor que resultou inútil.

Meus olhos,

_de um castanho bem escuro _

Não estranham os versos que deles depuro.

Meus olhos

_ Neste auto-retrato que faço _

Não disfarçam a alma platônica.

Meus olhos,

_ Olhos nos olhos contra os olhos do espelho _

São irremediavelmente tristes

e, contra isso, pouco posso fazer...

Gavião Caçador
Enviado por Gavião Caçador em 15/04/2007
Código do texto: T450832