UM SER CONTURBADO
UM SER CONTURBADO
Pela janela do meu quarto
Vejo os pingos da chuva,
Escorrerem pelo vidro
O dia está cinzento,
E eu aqui, me sentindo só
Sem querer sair da cama
Estou meio cítrica, quase ácida
Estou chorosa, quero sumir
Mas não tenho para onde ir
Não tem jeito, permaneço aqui,
Perdida em mim
Me vasculhando
Me encontrei bagunçada
E não consigo me organizar
Me recolho
Mediante as circunstâncias
Me encolho feito criança
E choro
O dia faz o seu percurso
Me pergunto
E quando a tarde terminar
O que a noite me trará?
Não quero mais suspirar solidão
Nem mais angústia no coração
Decido escolher meu rumo
Seguir a vida, sem perder o prumo
Sandra Leone.