ECOS DE UM ENTARDECER

Ecos transbordam no entardecer, sob
Rastros de indébitas tristezas, clamam
Amordaçadas, no íntimo do seu leito
Que melancolicamente padecem no vazio.

Calidamente fenecem, sob um arrebol
Distante, onde murmúrios se dilaceram
Sorrateiramente, quando tudo se esvai
E no infinito perecem sem destino.

Lânquidas agonias se atrofiam, morrem
No desvão, plangem em lamentos chorados
Qual solidão, desbravada que se fragiliza
E em ecos carrega a triste sina do desfalecer.

Num instante prévio a Ave Maria, que tão
Solenemente, marca na dor, a saudade
Como último adeus, decifrado em cada olhar
A amargura dilacerada de quem se foi.

O luto adentra a noite qual pesar, rasgado n'alma
Enquanto lágrimas, desbravam a saudade
Sob um espectro quadro que se apresenta
Sob um céu, de estrelas encandecidas.