O sentir

Dolência que maltrata
O que outrora harmonizava
E te fazia sorrir
O sentir
 
Diante do motivo
Te deixa sem abrigo
Antes pelo amor acolhido
Tecido na lira com emoção
Aquecida por um verso, um beijo,
Te inundando de desejo
Hoje a poesia é um verso sem chão
Um reverso da paixão
Um ressentir
 
Angústia que não passa
Antes te enchia de graça
Te deixava repleta
De nostalgia em sintonia
Com o lampejo dos meus sentidos
Uma poesia dedilhada
Dedicada e cantada em versos sustenidos
 
 
A noite chega e deixa a alma fria
Buscas uma distração
Para afugentar o pensamento
Que distrai com encantamento
Alimentado por outra emoção
Até que chegue o momento
O tão ansiado momento
Trazido pelo tempo
De não mais sentir
 
Tempo de não lembrar
Tempo de não insistir
E não te entristecer
E finalmente esquecer
Recordando o amor
Que você viu nascer
Mas não foi permitido florescer.
 
Conceição do Mato Dentro - 23/09/2013 22:16