Quando Rosas Não Abrem
Quando rosas não abrem,
lágrimas começam a cair torrencialmente em cada canto
do jardim...
Há tristeza, silêncio profundo tomando conta do tempo, passageiro
ali presente...
Pássaros em bandos dormitam durante o dia, abandonam campos, viram desertores de uma terra também abandonada.
Sob as asas recolhem os bicos, gastos na procura de alimentos
cada vez mais escassos.
Quando rosas não abrem,
ouve-se um clamor, o qual comove até o mais duro
dos corações:
O beija flor, isolado, chora copiosamente, travando
as asas, num ato de resistência, recusa-se a visitar
outras flores.
Quando rosas não abrem,
botões passam por um processo
de “maturação”, na esperança de
que um dia chegue o amanhecer
e as rosas até então fechadas,
possam abrir...
Mas se não abrirem-se?...
- o céu permanecerá tingido de chumbo e liberando tristes e salgadas gotas de seu pranto
sobre o beija flor, sobre os pássaros, sobre as outras flores...
todos inquilinos daquele miserável, enlutado e desolado
jardim.
Isis Dumont
botões passam por um processo
de “maturação”, na esperança de
que um dia chegue o amanhecer
e as rosas até então fechadas,
possam abrir...
Mas se não abrirem-se?...
- o céu permanecerá tingido de chumbo e liberando tristes e salgadas gotas de seu pranto
sobre o beija flor, sobre os pássaros, sobre as outras flores...
todos inquilinos daquele miserável, enlutado e desolado
jardim.
Isis Dumont