VEJO
Vejo uma sombra.Uma mulher.
Vejo seu rosto. Tão calmo!
Vejo o tilintar de seus dentes
vejo seus olhos tristes
E a vermelhidão deles.
Eu vejo, as lágrimas grudadas
Pretas como a maquiagem que se borrara
Vejo sua mão. Fria.Branca.
E nela, está um livro.
A Capa do livro é feia.
E então, vejo o doce olhar da mulher
Ela se dirige a mim, num levantar ligeiro
Ela está de preto. Está sombria.
E então, percebo. Ela era quem temo.
Disfarçada de doce mulher, triste, calma e triste.
A morte. Ela levou meu pai.
É destes versos sem rima, sombrios e escuros
Que narro a minha visão vislumbrante
Daquela que sempre Temi.