Na cara do medo...

ouço um ruído,

sinto o estampido

bem atrás de mim;

assalto covarde,

indo trabalhar,

cedinho da manhã;

um medo, destarte,

faz-me tremer sem fim;

afeta a dignidade,

tolhe a liberdade;

pânico se instaura,

coragem não se restaura,

e no tempo, só de lembrar

cada dia faz doer;

não sei recuperar,

ainda menos explicar;

não vou deixar de amar,

me entregar a Deus e viver;

canso de ouvir asneiras,

suportar rasteiras na

esteira da incapacidade;

amor e dor sempre

nas minhas verdades.

Marisa de Medeiros