Ácida Rotina


Experimento  cores foscas do vazio
Gélido lamento, ecos desesperados
Abraço o amor imaginário distante
Sonhadores rabiscos, telas do nada.

 
Reviro a noite, apogeu da escuridão
Conto  páginas do ontem acordadas
Sob a chuva estrondosa do passado
Que inunda impiedosamente o leito

 
Desalinham os planos nas tortas vias
Desavisado  o coração a paz campeia
Sinto estática as tristes madrugadas
Angustiantes os raros fios de sonhos
 

No canto, o desencanto das máscaras
Sorrisos fabricados em bocas carmins
Fantasias  impostas  na  ácida  rotina
Amargo existir frente à tanta neblina.



Ana Stoppa 

 
Ana Stoppa
Enviado por Ana Stoppa em 01/09/2013
Código do texto: T4461430
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2013. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.