Vigília

Vigia seu coração

Com rédeas curtas

Com esporas afiadas

Não o deixe saltar,

Trotar e rumar

ao incerto caminho.

No labirinto de sentimentos

Os ventos revelam segredos

Que só o tempo pode guardar

Vigia seu coração

Com rédeas firmes

Tesas e tensas

Arrebata da alma

Essa vontade de se arremessar.

De se jogar.

De mergulhar fundo e

de olhos fechados.

De se inclinar e

colher a flor mais difícil ou inatingível.

Mesmo que a primavera

dure apenas um dia

E que os olhos só vejam o sol

A queimar as lembranças

No flash da agonia.

Vigia seu coração

Não o deixe pulsar.

demais

Não o deixe amar.

Se amarrar

no cais.

Queime todos os navios.

Sepulte as âncoras

E, na proa homenageie

a sereia e a carranca.

Depois de vigiar muito o coração.

Perceberá

que ele é enganador

E que mesmo vigiado e

atrelado.

Faz tudo e

apenas o que quer.

GiseleLeite
Enviado por GiseleLeite em 29/08/2013
Reeditado em 29/08/2013
Código do texto: T4458147
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