Vigília
Vigia seu coração
Com rédeas curtas
Com esporas afiadas
Não o deixe saltar,
Trotar e rumar
ao incerto caminho.
No labirinto de sentimentos
Os ventos revelam segredos
Que só o tempo pode guardar
Vigia seu coração
Com rédeas firmes
Tesas e tensas
Arrebata da alma
Essa vontade de se arremessar.
De se jogar.
De mergulhar fundo e
de olhos fechados.
De se inclinar e
colher a flor mais difícil ou inatingível.
Mesmo que a primavera
dure apenas um dia
E que os olhos só vejam o sol
A queimar as lembranças
No flash da agonia.
Vigia seu coração
Não o deixe pulsar.
demais
Não o deixe amar.
Se amarrar
no cais.
Queime todos os navios.
Sepulte as âncoras
E, na proa homenageie
a sereia e a carranca.
Depois de vigiar muito o coração.
Perceberá
que ele é enganador
E que mesmo vigiado e
atrelado.
Faz tudo e
apenas o que quer.