INEXORÁVEL TEMPO

Quando jovem era bela.

Sentada em banco de couro, usava anéis de ouro.

Ao verem-na, se tornavam pretendentes,

despertava paixões ardentes e desejos efervescentes.

Sua voz melodiosa transformava noite em dia,

era a mais completa euforia.

O tempo passa...

amassa a carne...

enruga a face.

Quando jovem era bela, agora é só uma velha.

Os ouros emprestou aos dentes, sumiram os pretendentes.

O couro do banco se desfez.

Flávia Martin
Enviado por Flávia Martin em 11/04/2007
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